domingo, 3 de novembro de 2013

Quais foram as dificuldades observadas na implantação de atividades ou disciplinas a distância em cursos presenciais no que se refere a interação aluno-professor.

O primeiro problema são as tecnologias de informação e comunicação (TICs) que precisam de planejamento instrucional baseado nas necessidades identificadas do aluno e nos requerimentos do conteúdo. Os recursos devem ser utilizados na exata medida de mediatizar o ensino e a aprendizagem e, ai que residem muitos dos problemas deste modelo de ensino, baseado em formatos rígidos institucionais. Em tempo, deve-se entender também que a TIC deve ser suportada pelo computador do aluno que evidentemente deve ter acesso a internet, num ambiente propício para a aprendizagem. Entretanto, é conjuntura nacional a baixa renda de nossos alunos que quando possuem o equipamento, não dispõem de internet e, quando dispõem de ambos não possuem uma ambiência de aprendizagem em casa.
Num artigo disponibilizado pela própria Secretaria de Educação a Distância (SEED) disponibilizado em http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/4sf.pdf relata que os critérios de qualidade incluem o bom professor, o bom aluno, bons gestores e coordenadores e ambientes ricos de aprendizagem. Em educação a distância, um dos grandes problemas é o ambiente, ainda reduzido a um lugar onde se procuram textos, conteúdos. Mesmo considerando fóruns, chats e e-mails, o que se tem é diálogo e muitas vezes o que se precisa é desenvolver habilidades psicomotoras profissionais, limite que a EAD dificilmente poderá ultrapassar com a tecnologia atual.

O segundo grande problema é cultural. Muitos docentes resistem a EAD (Moran e col, 2005). Mas também pode ser entendido como falta de auxílio técnico de especialistas para adaptar os conteúdos didáticos a novas mídias com recursos audiovisuais (Zaniboni, 2009). Havendo ai necessidade de oferecer curso de capacitação adequada, aos professores, no uso dos recursos que serão utilizados (Bernini e cols, 2007). Isto torna o curso mais caro, com a formação de uma equipe de suporte e treinamento (Zaniboni, 2009). Professores culturalmente desvinculados da EAD, mal capacitados e pouco amparados por uma equipe de suporte fragilizam o estabelecimento de um clima de aprendizagem.

O terceiro problema é o aluno, a liberdade de escolha de quando e onde estudar pode trazer o resultado oposto, quando o aluno não desenvolve o devido rigor no planejamento de seus estudos, comprometendo a qualidade do seu aprendizado (Moran, 1994; Zaniboni, 2009). Em tempo, um problema pode ser levantado, com a possibilidade de fraude nos testes on line, uma vez que, não necessariamente é o aluno que esta sendo avaliado naquele momento.


Moran, José Manuel; Araujo Filho, Manoel; Sidericoudes, Odete. A ampliação dos vinte por cento a distância. Estudo de caso da Faculdade Sumaré-SP. Trabalho de Conclusão de Curso, 2005.
Moran, José Manuel. Avaliação do Ensino Superior a Distância no Brasil. Disponível em <http://www.eca.usp.br/prof/moran/avaliacao.htm>, acesso em 03/11/2014.
Moran, José Manuel. Novos caminhos do ensino a distância. Informe CEAD - Centro de Educação a Distância. SENAI, Rio de Janeiro, ano 1, n.5, out-dezembro de 1994, páginas 1-3. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm>
Bernini, Denise Simoes Dupont; Souza Júnior, Daniel Ignácio de; 
Souza, Carlos Henrique Medeiros de. ESTUDO SOBRE DISCIPLINAS NÃO 
PRESENCIAIS PARA GRADUANDOS DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. 
XXVII Encontro Anual de Engenharia de Produção, 2007. Disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2007_TR660482_9497.pdf
Zaniboni, Márcio. EaD e Tecnologia Educacional em Educação Não-Formal. Rio de Janeiro. 2009. Disponível em: <http://eadnaoformal.blogspot.com.br/2009/03/vantagens-e-desvantagens.html>

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